Era uma vez uma estrela que era muito marota, e todas as noites, antes das outras estrela surgirem no céu, ela ocupava o lugar de uma delas. Assim quando a estrela se preparava para ocupar o seu lugar, reparava que este estava já ocupado pela nossa pequena estrela marota..
- Olha lá... tu não és aqui, este é o meu lugar!
- Quem vai ao mar, perde o lugar, hoje fico aqui! - respondia a estrela marota
- Mas não pode ser - já dizia desesperada a estrela "kota"- cada um tem o seu lugar, tens de encontrar um lugar para ti, sem roubares os dos outros!
- Paciência... gosto da vista daqui! - e por dentro a estrela marota ria da piada.
Ora a nossa estrela fazia o mesmo todos os dias, ou melhor será dizer, todas as noites, que para as estrelas os dias são noites, e as noites são dias, enfim, é muito complicado, mas acho que vocês estão a perceber... onde é que eu ia? Ah sim, estava eu a dizer que todas as noites a Lua...cheguei a dizer que a Lua é a rainha da Noite... ou do dia, se forem estrelas? Bem, pois é, a Lua todo o santo dia tinha que ouvir as queixas de uma estrela zangada a que tinha sido posta fora do seu poleiro. Umas vezes era a estrela polar, outra a Castor e a Polux juntas (já se sabe como são os gémeos!), outras vezes uma estrela velhinha que mal podia brilhar, mas o facto é que estavam todos muito chateados.
Ora toda a gente sabe que chatear muita gente é a melhor maneira de nos chatearem a nós, por isso não ia demorar muito tempo até que alguém se aborrecesse a sério. A Lua bem tentava acalmar as estrelas dizendo:
- Tenham calma, a Estrela Marota há-de encontrar o seu lugar!
Ao mesmo tempo tentava meter juízo no núcleo da Estrela Marota:
- Por todo o Hélio do Universo, será que tens mesmo de incomodar todos os dias uma pobre estrela que está apenas a tentar levar a sua luz?
- Nas calmas Lua, é apenas uma brincadeira!
Um dia a Estrela Marota acordou pronta para encontrar o seu lugar... procurou um espaço vazio e... não encontrou nada, a noite estava linda, não havia nuvens e o céu, esse parecia um fogo de artifício parado no tempo, nunca na sua vida tinha a Estrela Marota vista tantas das suas irmãs juntas, era lindo... A Estrela quis fazer parte deste quadro maravilhoso e foi a voar encontrar um lugar, mas ninguém a aceitava, todos a empurravam para fora... acabou aos pés da Lua.
- Lua, olha o céu está lindo - falou a estrelinha choramingando - e ninguém me deixa brilhar com elas, todas me expulsaram.
-Querida estrela, as tuas irmãs estão zangadas, fecharam o céu para ti, brilham para as pessoas lá em baixo!
E a estrelinha viu os namorados, os casados, as crianças, as plantas, os insectos os animais, enfim todos os seres olhavam maravilhados para o cenário, quem lhe dera poder fazer parte, mas percebia agora o mal que tinha feito ao expulsar as suas irmãs dos seus lugares, cada uma daquelas estrelas fazia parte de uma bela sinfonia que atingira o seu auge hoje, e ela, a pequena estrela marota tinha ficado de lado por causa da sua mesquinhez e egoísmo. Prometeu a si própria que iria ser diferente e que mesmo sabendo que jamais haveria lugar para si neste céu pediria desculpa a todas as estrelas que tinha magoado.
E assim fez, e a Lua observava enquanto a pequena estrela marota percorria os céus pedindo desculpa a todas as estrelas que tinha feito mal, a estrela voava a uma velocidade incrível, noite após noite percorrendo os céus.
A pouco e pouco as pessoas, os seres da terra começaram a olhar para cima e a olhar para a pequena estrela que cruzava os céus com alegria, e que nunca parava, dia após dia eram mais os seres que levantavam a cabeça e procuravam a pequena estrela, e quando a encontravam pediam um desejo, que se realizava, pois no coração da estrela marota, havia apenas amor e paz, e esses são os ingredientes dos sonhos que se tornam realidade.
Não sei se a pequena estrela marota sabe que a olhamos e que ela já é parte do céu, mas sei que ela continua a cruzar os céus e a trazer alegria a todos que a vêm.
Vitória, vitória... acabou-se a história!
Jah Bless
